“Roda mundo, roda-gigante Rodamoinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração”
Chico Buarque
O trabalhismo sempre foi um conceito muito forte em minha vida, pois sou filha de trabalhadores da ferrovia Mogiana, e, portanto, este conceito veio do ceio familiar, relacionado ao governo de Getúlio Vargas, iniciado em 1930.
A ascensão de Vargas ao poder foi o início de uma nova forma de organização social, marcada por um estado de compromisso e por trazer um novo ator político para a vida pública: o trabalhador.
Desde lá passamos a nos organizar e reivindicar direitos trabalhistas e nossos pais, mães e avós, lutavam pela redução da jornada de trabalho, férias, férias remuneradas, descanso semanal remunerados, salários dignos.
A criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio e a Consolidação das Leis Trabalhistas foram fundamentais para a construção da identidade do trabalhador para o Brasil.
Durante todo período democrático, nos trabalhadores permanecemos no jogo político através de organizações (sindicatos) existentes e de movimentos sociais, mas, a partir de 1964 a ideologia trabalhista foi obliterada.
Foi somente no final da Ditadura Militar que algumas lideranças sindicais começaram a protagonizar greves e lutas operárias, projetando-se no cenário político nacional, como foram as Greves do ABC e de Contagem a partir de 1979, e nos aqui, em Campinas promovemos grandes lutas, em greves na UNICAMP e PUC-Campinas.
Participei ativamente destes movimentos, e especialmente neste sindicato chegamos a ficar mais de 30 dias em greve, e mesmo assim conseguimos alcançar nossos objetivos de melhores salários e de muita dignidade para os trabalhadores.
Nos últimos anos percebo, infelizmente, que os trabalhadores perderam a capacidade e o pensamento de classe, independente de ideologia política “a” ou “b”, somos trabalhadores e por posição enciclopédica devemos nos manter unidos em prol de uma única meta.
Agora você deve estar se perguntando: melhores salários? Melhores condições de trabalho? Etc...., essas lutas são constantes e se resumem a dignidade do trabalhador, sim esta é a única meta que devemos buscar, ela e infindável e envolve toda sociedade em torno de ima única luta a dignidade, qualidade moral, respeito; consciência do próprio valor; honra, autoridade, nobreza.
Por isso, pretendo agregar os trabalhadores para mais uma vez buscar esse objetivo, Roda mundo, roda-gigante Rodamoinho, roda pião, o tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração, chegou nossa vez!!!!!
Saudações Sindicais.
Alaide Pedro
Presidente SAAEC